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O que são relações precoces?

     Todos os seres humanos nascem inacabados, ou seja, é depois do nascimento que estes desenvolvem as suas capacidades.

     As relações precoces são as primeiras interações entre a criança e quem cuida dela (mãe, pai, educadora...) e têm um papel fundamental no desenvolvimento do bebé até a chegada da construção final do eu. Estas no início da vida permitem uma ligação afetiva entre os dois seres.

     Para interagirmos socialmente com os outros é necessário que haja laços afetivos que nos acompanhem durante o percurso da nossa vida.  A chamada vinculação, pelo sentido de Bowlby, é uma necessidade básica de ligação entre a mãe e o bebé, que se expressa através de vários comportamentos. Atualmente diz-se que vinculação é qualquer comportamento de proximidade entre o bebé e a pessoa que cuida do mesmo, a criança dirige-se a este adulto quando precisa de sustento ou proteção.

     Apesar de os bebés nascerem inacabados estes são indivíduos ativos, vêem, ouvem, comunicam e sentem, mas comportamentos como o sorriso, choro e vocalizações já fazem parte da vinculação.

Comportamento de Vinculação

John Bowlby

A estrutura da relação do bebé com a mãe

    A relação entre bebé e mãe é algo que não pode ser indispensável para o desenvolvimento de uma criança. John Bowlby  estudou crianças que tinham sofrido privações afetivas e conclui que os que sofreram desse acontecimento no futuro demonstravam relações afetivas superficiais, incapacidade de se relacionar com os outros e comportamentos de delinquência.

    Harry Harlow para comprovar a teoria de Bowlby fez uma experiência com crias de macacos Rhesus, que após terem sido postas numa jaula com duas mães substitutas uma de arame e outra de madeira forrada com esponja e algodão, estas escolhiam a mãe de esponja, apesar de ser a de arame que lhes dava alimentação, demonstrando então que a necessidade de conforto de contacto é mais procurada. Harlow ainda revelou comportamentos socioafetivos gerados pela privação social, que chamou de síndrome de isolamento.

      Ainsworth foi outra psicóloga que quis confirmar as teorias de Bowlby, em que a sua experiência ficou conhecida como "Situação Estranha" mostrando que a vinculação permite a exploração do mundo pois a criança sabe que pode recorrer ao apoio da figura de vinculação.

O papel das relações precoces no tornar-se humano

       Apesar de o bebé nascer com aptidões básicas, este necessita  de estabelecer relações com uma figura de vinculação para que no futuro consiga interagir socialmente com os outros. O estilo de vinculação de cada um marca o modo de vida que irão optar no futuro. A privação de afeto na infância poderá ter efeitos devastadores no seu desenvolvimento.

      René Spitz estudou sobre o papel das relações precoces para o desenvolvimento infantil. Este com o seu estudo concluído, apresentou duas doenças ligadas à privaçao afetiva precoce, a depressão anaclítica e a síndrome de hospitalismo. A interação entre bebé e adulto reforça a segurança, em que a relação precoce tem um papel importante no que toca à construção da autoestima. Diversos estudos indicam que a falta de vinculação pode levar a consequências traumáticas, como delinquência, na criança. 

      Existe a capacidade, em algumas pessoas, de ultrapassarem as suas frustrações, reconstruindo-se individualmente, é a chamada resiliência que permite esta transformação. Não existe resiliência se não houver alguém que cruze o seu caminho e crie vínculos. Emmy Werner provou que uma em cada três pessoas conseguia superar.

      

Experiência de Harlow

Delinquência Infantil

Emmy Werner

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